domingo, 15 de setembro de 2013

Perestroika - Day 2

Na semana passada fiz uma postagem sobre a primeira aula do curso Fashion Image que estou fazendo na Perestroika (aqui!). E pelo visto vocês gostaram né? E-mails e mais e-mails perguntando sobre o curso e muitos elogios! Nada mais justo que compartilhar aqui com vocês tudo o que aprendi nesses valiosos 150 minutos dessa semana. Vamos lá?

Bom, a aula de quarta-feira foi com o Luiz Wachelke, sócio e diretor da Vish. Eu adoooro essa marca e isso se estende do logo simples e LINDO até as fotos lúdicas do lookbook. Só de entrar no site da marca já morro de amores: um fundo branco, 6 palavras e 16 imagens. Posso falar para o mundo inteiro QUE MENOS É SEMPRE MAIS? 



Na aula ele reforçou o que o André Carvalhal falou sobre a importância da identidade das marcas e começou falando sobre a sua própria identidade. O Luiz é o tipo de cara estilosão, que nos faz olhar para trás quando esbarramos na rua, talvez pelo mix de estampas ou pela armação vintage do óculos amarelo tipo Persol. E assim começou a aula, com uma pessoa marcante, em um lugar marcante e uma palavra-chave: WHY? Por que fazemos campanhas do jeito que fazemos?



POR QUE FAZEMOS CAMPANHA?

O ponto de partida quando começamos a pensar em uma marca se resume nisso: POR QUÊ? Será que vale a pena? Ser mais uma marca por aí não vale a pena. Não vale a energia desperdiçada e menos ainda fazer mal aos olhos dos outros, rs!

O QUE É CAMPANHA?

De acordo com o Wikipedia: "Campanha publicitária é o termo utilizado para explicar o conjunto de anúncios dentro de um único planejamento. Um anúncio isolado, por mais criativo que seja, tem muito pouca eficácia comparado a uma campanha completa, com diversas peças diferentes, desde que mantenham o mesmo conceito criativo." OU SEJA, um conjunto de anúncios com uma uniformidade editorial, repetição e com a intenção de VENDER.

Luiz falou que a partir daí é preciso escolher a melhor linguagem, adaptá-la, ter uma sensibilidade, ser o menos óbvio possível e o principal: ser poético.


A imagem dá margem para a pessoa se identificar, se projetar e criar. Ela cria uma relação própria com o receptor. Fugindo um pouco do blablabá, que coisa linda essa campanha super espontânea da Chloé. Nada de poses, vento natural e recortes disformes. A imagem diz tudo e isso é muito importante, já que na correria costumamos folhear as revistas bem rápido. Adoro imagens que nos fazem parar, analisar e absorver a essência e objetivo da campanha.



Diria que a imagem é a pontinha do iceberg. Embaixo está o DNA, os bastidores e tudo aquilo que está entranhado nos pilares da marca.

Seguindo mais uma vez a marca Chanel, as personagens e o ambiente em que elas estão inseridas continuam os mesmos. O padrão tem que ser consistente para ser identificado. Sendo assim, cada coleção é uma parte da história e narrativa da marca; são como capítulos do livro.




Um ponto importante é que não dá para criar personagens no meio do livro. A história deve ser boa e cada capítulo consistente. Não se pode perder o rumo pelo meio.

Ele ressaltou a campanha da Bottega Veneta com a modelo Raquel Zimmerman, do fotógrafo Ralph Gibson, achei linda! Sempre liguei a marca às clutches e depois disso passei a ver de outra forma. A dualidade do preto e branco com o colorido ficou bem bonito e nos dá margem para muitas interpretações. O que pode ser mais blasè do que ter uma top dessas na campanha e ela simplesmente dar as costas?


Seguindo essa mesma linha achei essa campanha da Balmain.




Voltando para a aula, uma pergunta: POR QUE FAZEMOS AS CAMPANHAS ASSIM?

A partir daí ele faz uma introdução sobre a história da moda, que JURO que vou tentar ser breve.

Antes do século XX as marcas não tinham formatos. A direção de arte surgiu com as lojas de departamentos, como se fossem os "templos" do consumo. Não existia a fotografia e sim a ilustração.




Os logos eram aplicados de qualquer jeito e de acordo com cada ilustrador. Como não existiam muitas marcas, não havia preocupação com as concorrências. A partir da década de 1950 e o pós guerra, a produção em massa e o prêt-a-porter, surge a fotografia para mudar toda a visão da moda, já que depois disso os consumidores passam a ver o produto real. Com isso, surgem várias marcas e começa a repetição dos logotipos.



Depois disso, surge a necessidade de cada marca se destacar pela sua identidade. Sendo assim, o logo deve ser bem projetado. Um exemplo que o Luiz deu foi da YSL, o logo foi feito por Cassandre, que foi até homenageado com essa new it bag que eu AMO (lembram que eu postei aqui?).




No final da década de 70 a moda passou a ter a visibilidade dos produtos, já que até então era vista só como mais um ramo. A partir daí acompanhou os elementos e crescimento da publicidade. Já no início da década de 1980 a música influenciou muito o mercado da moda. As marcas perceberam que precisavam de uma linguagem própria assim como as bandas. Cada álbum era como se fosse uma coleção e cada um traz uma evolução e os fãs continuam fiéis. Nesse período houve uma explosão de marcas. Um exemplo que ele deu foi do Yohgi Yamamoto, que em 1983 lançou essa campanha que considero super moderna até os dias de hoje.





Em 1990 era tudo muito novo e era tempo de experimentações. Surge a necessidade da identidade e a fotografia se adapta a cada uma. Além disso, surgem as imagens fortes, a logomania e as super models que rapidamente se tornaram "deusas" e principais referências.




ANOS 2000


Se nos anos 90 eram tentativas e erros, nos anos 2000 foi tempo de limpar os excessos. Menos texto, menos informações. Sou daquelas fiéis à simplicidade.




Bom, é isso! A aula teve bem mais informações importantes que vou deixar para a próxima semana para não ficar muito extenso, ok? Luiz, amei a aula! Mal posso esperar a próxima.
Beijos,
Larissa

Um comentário:

  1. Estou amando esses posts, Lari!
    Mesmo não sendo a minha área, está dando uma mega vontade de me aprofundar no assunto...
    Bjs,
    Nanda

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